Viagem pela Islândia: o que fazer em um roteiro de 9 dias
Viagem | 7 | 20/12/2022
Quem sonha em conhecer a Islândia e ver a Aurora Boreal já deve ter se perguntado como montar o roteiro pelo país e o que fazer na ilha.
Nós planejamos essa viagem por alguns anos, lemos muito e pesquisamos bastante em sites, blogs e no Instagram sobre o que fazer na Islândia e o que valia ou não a pena incluir no nosso roteiro.
Algo importante para você saber: conhecer a ilha toda demanda bastante tempo de estrada e, além disso, só é possível dar a volta pela Islândia de carro em algumas épocas do ano, pois no auge do inverno, muitas estradas fecham devido às condições climáticas, bem como algumas atrações.
Sem contar que para ver a Aurora Boreal na Islândia você precisa ir no inverno, ou seja: não é tão simples assim pensar sobre o que fazer na Islândia e montar seu roteiro.
Outro ponto importante é que, mesmo que você possa pegar a Ring Road (como é chamado a estrada principal da Islândia e que contorna toda a ilha) e dar a volta no país dirigindo por suas estradas, com menos de 10 dias no país, a coisa toda fica muito corrida - você vai ficar cansado e não vai conseguir aproveitar muito.
Mas claro, isso é uma dica (ou sugestão?) e você deve fazer o que achar melhor para sua viagem e seu roteiro.
Bom, vamos lá: o que fizemos na Islândia e como montar seu roteiro?
O que fazer na Islândia: principais rotas pelo país
Nós chegamos no país pelo aeroporto de Keflavík, que fica no sudoeste da ilha, na região de Reykjanes Peninsula. Além do aeroporto internacional, é nessa região que fica a capital Reykjavík (uns 40 minutos de carro do aeroporto), bem como a Blue Lagoon, o famoso spa a céu aberto com as águas termais de cor branco-azulada.
Dali, indo no sentido centro-leste da ilha, fica o Golden Circle (Círculo Dourado), uma das principais rotas de turismo na Islândia, principalmente por ser de fácil acesso e próximo à capital (algo como 100 km de distância).
No Golden Circle está localizada a catarata Gullfoss, a maior cachoeira do país, Geysir (um campo que possui alguns gêiseres ativos) e o Parque Nacional Thingvellir (que foi palco de filmagens de Game of Thrones).
A região oeste da Islândia tem como principal atrativo a Snaefellsnes Península, onde fica a talvez mais conhecida montanha do país, chamada Kirkjufell (na verdade, a montanha em si é mais próxima da cidade Grundarfjörður), uma imagem que você talvez conheça.
Quase no pé dessa montanha tem uma cachoeira, chamada Kirkjufellsfoss, uma sequência de quedas d’água que formam um lago; o conjunto dessa paisagem é muito incrível! Lindo demais!
Por ali fica também a Igreja Negra de Budír, uma pequena construção típica da Islândia e que data do ano de 1703, além da praia de Ytri Tunga, conhecida por ser um bom local para observação de focas.
Na região norte / nordeste do país (que não pudemos visitar por conta da quantidade de dias no nosso roteiro), talvez os lugares mais conhecidos sejam o lago Mývatn, a praia com a rocha de dois furos no mar, Hvitserkur, as cachoeiras Dettifoss e Godafoss.
Mais ao leste fica o cânion Studlagil (mais um local que não tivemos tempo de conhecer) e a pequena cidade de Seydisfjordur, onde fica a famosa Igreja Azul e a rua colorida que leva até ela. A estrada para chegar nessa cidade (que na realidade é um vilarejo) serviu de cenário no filme A Vida Secreta de Walter Mitty.
Nessa região também é possível avistar os puffins, ou papagaios do mar, que costumam surgir no verão.
No sul há um rota de cachoeiras, onde você pode visitar as mais belas e famosas, como Seljalandsfoss, Gljufrabui (que fica dentro de uma espécie de gruta) e Skógafoss (icônica e com uma paisagem sensacional).
É nessa região que também está a pequena cidade de Vík (que tem uma praia de areia negra, praticamente vazia) e a praia de Reynisfjara (essa sim, a praia de areia negra mais famosa da Islândia). Uma paisagem surreal e que não pode ficar de fora do roteiro.
No sul você também pode visitar o cânion Fjadrárgljúfur junto com Skaftafell e a cachoeira Svartfoss.
Na região sudeste da Islândia fica o Vatnajökull, o maior glaciar do país, que ocupa em torno de 10% do território islandês e onde estão atrações marcantes como o lago glacial formado pelo derretimento dessa geleira (Jökulsárlón) e as visitas à Ice Cave.
Claro que existem muito mais atrações no país, e você pode (e deve) explorar mais da Islândia se tiver tempo. A ideia aqui é te dar a visão geral do que é possível conhecer e te mostrar qual foi o nosso roteiro, como sugestão!
Agora que você já tem uma visão geral da Islândia e de possibilidades de roteiro, vou falar qual foi o roteiro do Pelo Mundo a Dois!
Montanha de Kirkjufell e a cachoeira Kirkjufellsfoss | Foto: Pelo Mundo a Dois
Mapa da Islândia com o nosso roteiro
Dia 1 do nosso roteiro na Islândia: Reykjavík
Nossa viagem começou pela capital Reykjavík, onde passamos um dia completo andando e conhecendo um pouco mais da cidade e suas atrações.
E o que tem para fazer em Reykjavík?
A capital islandesa é bem tranquila para se conhecer andando ou mesmo usando transporte público. Como nos hospedamos próximo à igreja Hallgrímskirkja, que fica em uma região excelente e perto de basicamente tudo que você vai conhecer em Reykjavík, conhecemos a cidade caminhando.
Passamos pela já citada e famosa igreja Luterana Hallgrímskirkja, andamos pelas principais ruas no entorno, onde ficam muitas lojas, bares, restaurantes e o comércio em geral (especialmente nas ruas Skólavördustígur, onde tem o arco-íris pintado no chão, e a rua Laugavegur).
Toda essa região é bem bacana, então aproveite para comer, fazer comprinhas e escolher souvenires por ali!
Em Reykjavík também fomos conhecer a Harpa, que é uma casa de concertos e eventos, com uma arquitetura super diferente. O prédio fica na orla do mar e, caminhando um pouco você chega na escultura Sun Voyager.
Na cidade fomos comer no famoso hot dog Baejarins Beztu Pylsur, famoso por ser o “melhor cachorro-quente do mundo”, além de tomar um café e drinks no Café Loki, na esquina com a Hallgrímskirkja. Também tomamos umas cervejas e jantamos no resto pub Islenski Baerin.
Dia 2 do nosso roteiro na Islândia: Snaefellsnes
No segundo dia de viagem pegamos estrada rumo à Península de Snaefellsnes, mais ao norte de Reykjavík. Por lá, nosso roteiro incluiu a praia de Ytri Tunga, famoso ponto de observação de focas.
Mais adiante passamos pela famosa Igreja Negra de Búdir, uma pequena construção de madeira típica da Islândia, super icônica.
Dali seguimos pela estrada até o vilarejo de Arnarstapi, com uma formação rochosa super legal que forma algo semelhante a uma ponte sobre o mar! Vale a visita! E por fim, visitamos a talvez mais famosa montanha da Islândia: Kirkjufell e a sua cachoeira Kirkjufellsfoss.
O prefixo “kirk” significa “igreja” em islandês e a montanha Kirkjufell tem um formato que lembra vagamente uma torre de igreja, daí seu nome (Kirkjufell significa “Montanha da Igreja”). Kirkjufellsfoss é literalmente a “cachoeira da montanha da igreja”.
Dia 3 do nosso roteiro na Islândia: Golden Circle
O Golden Circle é uma rota super famosa e simples de ser feita, que no nosso caso contemplou uma visita ao Parque Nacional Thingvellir, Gulfoss e Geysir.
O Parque Thingvellir é conhecido por ser cheio de grandes fissuras (as mais famosas se chamam Almannagjá e Silfra) no solo que formam estruturas como cânions, pois ali é uma região de encontro de duas placas tectônicas (placa da América do Norte e da Eurásia). Essas placas estão se afastando uma da outra e isso causa as fissuras.
O parque também foi cenário de gravação de episódios de Game of Thrones.
Gulfoss é a maior queda d’água da Islândia e um ponto imperdível no roteiro! Além de incrível, todo a região é muito bonita e vale a visita!
Por fim, paramos para conhecer o Geysir, uma zona geotermal com alguns gêiseres e que leva o nome do mais famoso deles. É muito incrível ver a água ser lançada a uns 20 ou 30 metros de altura - água que está em torno de 95ºC!
Toda essa região do Golden Circle fica a uns 100 km de distância da capital Reykjavík - detalhe: foi nessa região, no Geysir, especificamente, que vimos a Aurora pela primeira vez!
Vinícius observando a cachoeira Gulfoss | Foto: Pelo Mundo a Dois
Dia 4 do nosso roteiro na Islândia: Cachoeiras do Sul
Pegamos bastante tempo de estrada até passar por todas as cachoeiras do nosso roteiro. E elas valem muito a pena de serem visitadas!
Algumas delas você pode passar por trás da queda d’água, o que é incrível (e que molha bastante!).
Passamos pela Seljalandsfoss e, praticamente do lado dela, a Gljufrabui, além da famosa e Skógafoss.
Dia 5 do nosso roteiro na Islândia: Jökulsárlón
Nesse dia pegamos a estrada cedinho e fomos para Vatnajökull, a maior geleira do país (que ocupa algo entre 8% e 10% do território islandês) e onde está o lago glacial Jökulsárlón.
É aqui que você pode ver a geleira ao fundo e o lago formado pelo seu derretimento, e a alguns metros de caminhada do lago, você chega na Diamond Beach, a famosa praia dos diamantes, que tem esse nome porque pedaços da geleira que se desprenderam foram levados pelas águas através do lago até desembocar no mar (muitos desses pedaços de gelo ficam na areia, parecendo pedras de diamante gigantes).
Também é possível fazer dois tours nessa região.
O primeiro deles é o passeio de barco pelas águas de Jökulsárlón, e você pode fazer em um barco maior (que sai mais barato), mas você vai com mais pessoas e não chega muito próximo da geleira, ou faz com um barco menor (que, na real, é um bote) e vai com menos pessoas e chega mais próximo da geleira.
Esse tour dura em torno de 1 hora e vale muito a pena, apesar de não ser barato! A experiência é surreal!
Já o segundo tour é conhecer a Ice Cave, caverna de gelo formada com o derretimento de parte da geleira e que, além de ser sensacional, é super interessante! Detalhe: esse tour só é possível no inverno, porque as cavernas são seguras e não estão em processo de derretimento extremo e com riscos de desabamento, como no verão.
Nosso tour pela Ice Cave foi feita pela Local Guide. O passeio de barco pela lagoa compramos lá mesmo, na hora.
Nathara durante o passeio de bote pela Jökulsárlón, com a geleira ao fundo | Foto: Pelo Mundo a Dois
Diamond Beach, a praia com pedaços de geleira na areia | Foto: Pelo Mundo a Dois
Dia 6 do nosso roteiro na Islândia: Sudoeste
Mais um dia de estrada até a região mais sudeste da Islândia que conhecemos: saindo de Jökulsárlón, viajamos até a região da cidade de Hofn.
Na noite em que estivemos em Hofn também avistamos a Aurora com bastante intensidade, inclusive enquanto estávamos na estrada. Essa região conta com paisagens bonitas de praias e montanhas, como em Eystrahorn e Hvalnes.
Dia 7 do nosso roteiro na Islândia: Skaftafell, Fjadrárgljúfur e Vík
A partir desse dia, começamos a retornar em direção a Reykjavík, e nossa primeira parada foi em Skaftafell, também um parque nacional e que possui uma série de trilhas, paisagens e cachoeiras para serem visitadas.
Nós optamos por fazer a trilha até a cachoeira Svartfoss, com suas rochas de basalto em formato bem peculiar. Aliás, essa foi a trilha mais intensa que fizemos na viagem, mas isso porque o caminho é basicamente inteiro de subida.
Dali, partimos em direção ao cânion Fjadrárgljúfur, que é bem incrível e também possui uma cachoeira.
Partindo do cânion, nosso destino era a cidade de Vík, que fica do lado da famosa praia de areia negra Reynisfjara (com certeza a mais famosa).
A praia de Reynisfjara é de areia negra e com formações rochosas peculiares, pois são pedras de basalto retangulares espalhadas pela costa, dando a impressão de que se está em outro planeta! Há também duas grandes rochas no mar que completam a paisagem marcante!
O lugar é lindo demais, mas atenção, porque o mar é revolto e venta muito por lá, motivo pelo qual acontecem acidentes fatais na praia.
Cachoeira Svartfoss | Foto: Pelo Mundo a Dois
Nathara andando pelo campo de lava, que ainda expelia vapores | Foto: Pelo Mundo a Dois
Dia 8 do nosso roteiro na Islândia: Vulcão Fagradalsfjall e Blue Lagoon
No nosso oitavo dia completo para aproveitar a Islândia nós passamos pelo campo de lava da erupção que rolou em 2022, na região do vulcão Fagradalsfjall.
Vale muito a pena porque é algo totalmente diferente do que estamos acostumados a ver, então, se tiver um tempo, sugiro incluir no seu roteiro!
De lá, pegamos a estrada até Blue Lagoon, um dos pontos turísticos mais famosos da Islândia e que não poderíamos deixar de fora!
A Blue Lagoon é um spa termal a céu aberto e que fica relativamente perto de Reykjavík (uns 45 minutos de carro). As águas da Blue Lagoon estão em torno de 38º e, mesmo em dias super frios, a água é uma delícia!
Para mais informações, você pode conferir diretamente no site deles (inclusive para fazer a reserva antecipada, o que é recomendado!).
Nosso 9º dia foi para entregar o carro na locadora, voltar para Reykjavík e fazer tudo com calma para pegar o voo de volta para o Brasil (nosso voo era no meio da tarde).
No mapa lá no início do post eu coloquei as principais regiões do país e onde estávamos em cada dia no nosso roteiro, para você ter uma ideia e organizar a sua viagem.
Lembrando que você pode dar a volta completa no país e conhecer o norte e leste da Islândia em época de verão ou quando o inverno não estiver muito avançado, quando a situação das estradas e o clima são mais favoráveis.
Espero que esse post tenha te ajudado a pensar no que fazer na Islândia e te dado ideias de como organizar seu roteiro de viagem pela ilha!
Se tiver alguma dúvida, pode deixar nos comentários!
Texto: Vinícius Marchetti
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