Os benefícios do trabalho remoto: férias sem sair de férias
Viagem | 30/08/2021
Em 2020, após alguns meses de pandemia e sem sair de casa há alguns meses, a Nathara e eu pensamos em alugar algum lugar para passarmos uns dias em outro ambiente. A ideia era justamente essa: respirar novos ares e sair um pouco de casa, aproveitando as vantagens do trabalho remoto.
Nós escolhemos ir para Socorro, uma cidade no interior de São Paulo e bem pequena, e ficamos em uma casa com piscina, gramado e bastante espaço aberto. Muito diferente do apartamento em que vivemos em São Paulo.
Mas isso foi em uma semana de férias que tiramos; não estávamos trabalhando, não tínhamos nenhuma preocupação com rotina, conexão de internet ou obrigações. Tínhamos apenas a vantagem do trabalho remoto, ou seja, não haveria problemas em continuarmos por lá, se quiséssemos.
Alguns meses depois, já em 2021, nós fizemos outra tentativa de mudar um pouco de ambiente - dessa vez, viajamos para Foz do Iguaçu em uma semana de trabalho (contei tudo nestes posts aqui), ou seja, nada de férias e só pudemos curtir a cidade e suas atrações no final de semana ou em alguns dias à noite.
Em Foz, nós precisávamos de um espaço funcional, com internet e que pudesse servir como casa! A gente precisava de certo nível de conforto e praticidade, já que passaríamos a maior parte do tempo dentro do lugar e teríamos que cozinhar, trabalhar e descansar ali.
E nas últimas semanas de agosto de 2021 (finalizo este texto no dia 31/08, para ser exato), nós vamos fazer esse esquema de estadia mais uma vez (eu estou de férias do meu emprego oficial, mas continuo trabalhando - para quem não sabe, além de escrever para o blog e criar conteúdo para as redes sociais do @pelomundo_adois, eu escrevo no LinkedIn, tenho uma parceria com um criador de conteúdo/professor de Planejamento Financeiro e ainda tento me envolver em alguns freelas de escrita de artigos), e a Na está trabalhando normalmente em seu emprego.
Dessa vez, escolhemos 3 lugares dentro da cidade de São Paulo mesmo, pois não queríamos gastar com aluguel de carro (só com essa frase, você deve ter sacada que não temos carro) e também não queríamos perder muito tempo com deslocamentos e tentando encontrar um lugar legal que aceitasse pets!
Então, priorizamos casas/lugares com experiências legais e diferentes do nosso cotidiano, que aceitasse cachorros (a Paçoca, nossa dog, está indo conosco) e que obedecesse àquelas regras que comentei acima: praticidade, conforto e com estrutura para trabalho remoto.
Comecei a escrever esse artigo diretamente do último andar do Edifício Copan, um dos mais altos de São Paulo e com uma vista incrível, continuei escrevendo de uma cobertura na Vila Madalena, e vou contar para você o que acho dessa experiência e das vantagens de fazer isso com o trabalho remoto mesmo antes de me hospedar no último lugar para onde iremos na próxima semana (termino este texto da mesa da minha casa).
Vale a pena se hospedar em algum lugar mesmo ser estar de férias?
Sendo bem direto: sim, acho que vale muito a pena!
E os principais motivos são a facilidade para ir até um lugar na mesma cidade em que moro (ou em uma cidade próxima), o custo menor (se comparado a um período de férias normal), a vantagem de mudar de ares e espairecer um pouco, o que ajuda a quebrar a rotina e, por último, a oportunidade de conhecer estadias únicas e diferentes, coisa que eu provavelmente não arriscaria fazer nas férias.
Claro, se hospedar em algum lugar mesmo sem estar de férias é uma vantagem para os poucos que podem trabalhar de casa, mas é uma nova tendência justamente pelo aumento acelerado do modelo de trabalho remoto ou híbrido!
Ou seja, além de tantas outras vantagens, o trabalho remoto trouxe a oportunidade de viajar e se hospedar em lugares diferentes sem a necessidade de ter férias marcadas, e aqui eu não estou falando de viagens longas ou para o exterior: pode ser justamente a oportunidade de conhecer melhor sua própria cidade ou região, ou quem sabe passar alguns dias na praia mais perto de sua casa.
Pelas experiências que estamos tendo, a mudança de ares e a quebra da rotina que nos cansa faz muito bem! É renovador! (Alguns hábitos ou rotinas podem e devem ser mantidos, e me refiro aqui àqueles que nos esgotam; veja este texto aqui que escrevi sobre hábitos).
Vale dizer também que, enquanto a pandemia de COVID-19 está aí, essa é uma opção bem legal para quem quer sair de casa, conhecer lugares novos, mas prefere evitar contato com muitas pessoas.
Por último, e um dos motivos que mais gosto, é a oportunidade de conhecer melhor lugares que talvez eu não fosse conhecer! Por exemplo, fazia alguns anos que eu não ia até o centro de São Paulo e nem pretendia dar uma volta por lá tão cedo.
Mas, pelo fato de ter me hospedado ali, acabei vendo as mudanças na região, fiz compras no mercado, conheci restaurantes e dei uma volta pelas ruas, além de ter passado uns dias em um dos prédios mais icônicos de São Paulo!
O que você precisa saber antes de fazer isso?
Como estamos falando de fazer algo sem sair de férias, vou correr o risco de ser redundante e dizer que tem que ficar claro que isso não é um passeio!
É muito fácil chegar no lugar e pensar só em curtir, relaxar, abrir uma cerveja logo cedo e partir para conhecer todos os restaurantes e bares da região como um legítimo turista!
Tem algo errado com isso? Absolutamente não! Mas, se você está trabalhando e quer somente um novo ambiente, se programe para manter o foco e a produtividade, reservando momentos para o lazer e para o trabalho.
Outro ponto importante é saber bem o que você vai precisar na sua estadia, como utensílios básicos do dia a dia, além da alimentação.
Por exemplo, muitas casas têm estrutura completa e você vai poder cozinhar, limpar e todo o resto que você faria estando na própria casa; outros lugares alegam ter estrutura e utensílios, mas na realidade falta muita coisa para que o local seja prático de verdade.
Nós temos levado alguns alimentos e utensílios básicos de casa, além de fazermos pequenas compras nos mercados da região em que nos hospedamos, pois o objetivo é que nossos dias nestes lugares sejam o mais próximo possível do dia a dia em casa - estou falando aqui de preparar nossa comida, passar nosso café, tirar o lixo, limpar o chão, essas coisas que normalmente não temos que nos preocupar durante férias ou em um hotel.
Para evitar ter muita dor de cabeça, saiba o que você vai precisar e combine direitinho com o anfitrião da sua hospedagem!
Quanto custa?
Quanto custa esse tipo de experiência, ou se é caro ou barato, são coisas que dependem de muitos fatores, então fica difícil responder.
Isso pode variar de acordo tempo de estadia, tipo de hospedagem, localização e época do ano. Sem falar que ser caro ou barato depende muito do seu poder aquisitivo e do quanto você está disposto a investir neste tipo de experiência.
O que a Nathara e eu consideramos é que as diárias não podem ser um valor exorbitante e que fuja muito do que costumamos pagar em estadias nas nossas viagens.
Outra coisa que levamos em conta é que, se fizermos isso, poderemos abrir mão de uma viagem tradicional em algum momento, especialmente durante a pandemia - no último ano não viajamos como de costume, o que nos ajudou a poupar muita grana e, consequentemente, ajuda bastante na hora de tentar esse tipo de coisa.
Quais as minhas dicas e sugestões?
Se você está a fim de fazer este tipo de “viagem” enquanto a pandemia não dá uma boa melhorada, tenho algumas sugestões que podem te ajudar a escolher o lugar:
• Priorize lugares em que o anfitrião é educado e responde as mensagens rapidamente;
• Avalie bem o que tem na casa e se você está satisfeito com tudo (itens de cozinha, cama e banho, sabão e sabonete, papel higiênico, panos de chão e vassoura para limpezas mínimas, etc.);
• Conexão de internet (qualidade e de qual empresa);
• O que o bairro tem a oferecer;
• Escolha lugares com diárias que façam sentido para sua realidade financeira, ou seja, com valores que caibam no seu bolso;
• O que você poderá usufruir do lugar (em casos de condomínios e prédios).
Tudo isso você pode questionar o anfitrião antes de fechar a estadia e se preparar para não passar perrengue (ou raiva), afinal, não tem sentido você sair de casa para passar nervoso e necessidade, e ainda pagar por isso.
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Texto: Vinícius Marchetti
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