O que fazer em Salta: dicas para sua viagem ao norte da Argentina

Salta é uma cidade que fica no norte da Argentina e, tanto as pessoas quanto o lugar, lembram mais de Bolivia, Chile ou Peru, do que nossos vizinhos germanos.

Isso muito por causa das paisagens e comidas da região, que lembram os desertos do Atacama, Uyuni e as montanhas do Peru (Rainbown Mountain).

Estivemos em salta em 2022 (faz tempo que este texto está pra sair), e pudemos ficar alguns dias na região, curtindo não apenas a pequena cidade de Salta e cidadezinhas / vilarejos ao redor, mas também fazendo os principais passeios por lá!

Ah, uma coisa importante: em 2022, os preços no Argentina eram muito, mas muito mais atrativos, e muita coisa que vamos contar aqui saíram bem mais baratas do que você vai encontrar hoje (escrevo este texto em julho de 2024).

No entanto, vamos deixar os valores dos passeios para que vocês tenham como referência e formem uma ideia de como as coisas mudaram, além de poderem comparar com outros países da região e notarem que, na maioria das vezes, viajar pela Argentina ainda continua super atrativo e bem mais barato!

Como chegar em Salta

Salta fica bem ao norte do país, perto de outra cidade conhecida (San Salvador de Jujuy), e por incrível que possa parecer, a cidade tem aeroporto e recebe voos diretos saindo do Brasil!

Apesar de ter algumas opções para chegar na cidade, as melhores maneiras de ir pra lá são voando do Brasil para Salta, e depois voltando por Buenos Aires (ou outra cidade da Argentina do seu roteiro), ou chegar por Buenos Aires e, com um voo interno, ir para Salta.

Nosso roteiro foi voo de São Paulo > Salta; voo de Salta > Buenos Aires; barco de Buenos Aires > Colônia del Sacramento; ônibus de Colonia > Montevidéu; carro alugado de Montevidéu > Punta del Este; volta de carro de Punta > Colonia del Sacramento; barco de Colonia > Buenos Aires e, finalmente, um voo de Buenos Aires de volta a São Paulo.

Nós voamos de Aerolineas Argentinas de São Paulo até Salta, e com a Flybondi de Salta para Buenos Aires, e também no voo de volta para o Brasil.

Todas as passagens custaram por volta de R$ 2000 por pessoa, mas esse roteiro você consegue montar gastando entre R$ 1500 e R$ 2000.

Você pode chegar em Salta voando de Mendoza ou Bariloche, por exemplo, ou mesmo vindo de Santiago, no Chile, considerando o preço médio desses voos internos entre R$ 200 e R$ 400.

Na com o Cerro de 14 Colores ao fundo e o Vini no Cerro de 7 Colores | Foto: Pelo Mundo a Dois

O que fazer em Salta

Apesar de muita coisa pra fazer por lá, poucos passeios são, de fato, em Salta ou Jujuy; a maioria das paisagens fica próximos à vilarejos menores, que você acaba conhecendo como parte dos tours.

Mas vamos lá: o que fazer em Salta?

Centro de Salta

A cidade e seu centrinho, onde fica a praça principal (Plaza 9 de Julio) e igreja (Catedral Basílica de Salta) - que são tão comuns à toda cidade das Américas colonizada por europeus), tem várias opções de restaurantes, bares, lojinhas de vários tipos e muitas agências de turismo, o que facilita você sair pra comer e beber, além de poder pesquisar os passeios por ali.

Inclusive, foi isso que fizemos: ficamos andando um pouco por essa região da cidade (em especial na Calle Buenos Aires) pesquisando valores e passeios, e acabamos fechando em uma agência ali mesmo, chamada Parada Norte.

Na cidade também fica o MAAC, Museo de Arqueología de Alta Montaña, onde se pode visitar as múmias de crianças incas que foram encontradas em perfeitas condições na região, conhecidas como Los Niños del Llullaillaco.

Cerro San Bernard

O Cerro San Bernard é um mirante ótimo para se ver a cidade do alto e tem até um teleférico, para quem curte!

Mas quem vai a Salta e região tem outras coisas para conhecer e que, na nossa humilde opinião, são os verdadeiros atrativos na região! São eles o Cerro de 7 Colores, o Cerro de 14 Colores, as Salinas Grandes e a viagem de trem saindo da pequena cidade de San Antonio de los Cobres, chamado de Tren a Las Nubes.

Cerros 7 e 14 Colores

Quando se vai a Salta ou Jujuy e se faz os passeios para conhecer os Cerros, que são montanhas coloridas, com várias faixas de tonalidades diferentes, lembrando muito a montanha colorida do Peru (Vinicunca), as empresas te levam para alguns vilarejos da região.

Esses vilarejos são bases para alguns passeios, com paradas para descanso, almoço e, claro, comprinhas de souvenires.

No passeio do Cerro de 7 Colores, paramos por uns 3o minutos na cidade de Purmamarca, onde fica a montanha, e depois em Tilcara. Purmamarca é bem simples, já Tilcara tem um cara mais de cidadezinha, com mais estrutura.

Já no caminho do Cerro de 14 Colores, passamos por Humahuaca. Esse tour (os dois cerros e paradas nas cidades) custou o equivalente a R$ 150 por pessoa - na época, 50 pesos argentino era equivalente a R$ 1, ou seja, 7.500 pesos argentinos por pessoa + 50 pesos para subir no mirante em Purmamarca.

Conhecer os 2 cerros é um passeio de um dia inteiro, por isso, se planeje bem.

Nathara nas Salinas Grandes | Foto: Pelo Mundo a Dois

Salinas Grandes

Outro passeio que fizemos foi para conhecer as Salinas Grandes, um deserto de sal que fica a mais de 4 mil metros de altitude e que tem um trajeto bem bonito pelas estradas do país!

O tour das Salinas levou por volta de 6 horas de viagem (3h de ida, 3h de volta) + as paradas, ou seja, é outro tour de um dia inteiro. Esse tour custou 5 mil pesos argentinos por pessoa, ou seja, por volta de R$ 100.

Tren a Las Nubes

Por último, fizemos a viagem no Tren a Las Nubes, que foi o único que compramos com antecedência - como não tem a viagem todos os dias e os lugares são limitados, não queríamos perder a oportunidade e compramos adiantado pelo site, com a opção de pagar em espécie ao chegarmos em Salta!

Se quiser conferir detalhes e fechar seu passeio, confere os detalhes no site deles clicando aqui.

O tour começa com um ônibus saindo de Salta, numa viagem de quase 4 horas até a cidade de San Antonio de los Cobres, onde fica a estação de trem e a mais de 4.200 metros de altitude (o 4º trem mais alto do mundo).

O valor desse tour foi de 23.850 pesos por pessoa, uns R$ 450, e incluía a viagem de ônibus (com duração de quase 4 horas) e a viagem de trem até o famoso viaduto La Polvorilla (de umas 3 horas), além do café da manhã. Esse é mais um passeio que leva um dia inteiro.



Obs.: o câmbio mencionado aqui, para agosto de 2022, era o câmbio usado nas conversões ao se enviar dinheiro pela Western Union, a melhor opção de câmbio para usar na Argentina na época dessa viagem.

Tren a Las Nubes e o viaduto La Polvorilla | Foto: Pelo Mundo a Dois

Quando ir e onde ficar em Salta

Dá pra ir em qualquer época do ano, já que o clima no norte da Argentina (nessa região) é mais seco e menos propenso à chuvas. No entanto, recomenda-se ir entre abril e setembro, onde tem menos chances de chuva e a temperatura máxima costuma ser até de 22ºC.

Fomos em agosto de 2022 e pegamos dias ensolarados de céu azul, frios pela manhã e clima agradável durante o dia, com frio na parte da noite.



Por praticidade e custo benefício, a melhor região pra ficar é nos entornos da Plaza 9 de Julio, mas se hospedar a algumas quadras dali não vai atrapalhar, pois é (quase) tudo fácil de se fazer andando na cidade.

Nós ficamos no Selina, que ficava a 4 quadras da praça principal, na Calle Antonio Balcarce, e achamos excelente!

Você encontrava boas hospedagens por ali com valores entre R$ 200 e R$ 300 (casal).

Quanto custa ir para Salta, na Argentina

Como falei antes, você pode fazer um roteiro que inclua Salta e que tenha apenas a Argentina como destino, fazendo Buenos Aires, Salta e Mendoza na mesma viagem.

Ou apenas Salta e Buenos Aires (como fizemos), ou mesmo chegar por Salta, ir para Buenos Aires, Santiago e depois voltar para o Brasil (ou alguma variação desse tipo).

Tenha em mente que as passagens para a Argentina (ida e volta) devem custar entre R$ 1200 e R$ 1500, e incluir uma cidade como Salta no roteiro vai te custar uns R$ 200 a R$ 300 adicionais.

O roteiro completo, com todos os voos, deve custar entre R$ 1400 e R$ 2000, dependendo do que você fizer, e o mesmo vale se você chegar pela Argentina e voltar por Santiago do Chile.

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Texto: Vinícius Marchetti