Ir para a Tailândia e ver aquelas praias lindas? De jeito nenhum! O lugar fica do outro lado do mundo e a viagem é muito longa! Minhas pernas não aguentam ficar tanto tempo assim num avião.
Fazer uma trilha num vulcão na Guatemala? Nossa, fora de cogitação! Não consigo nem pensar em caminhar por tanto tempo assim na altitude!
Ir para as ruas de Budapeste ou Praga? Ah, tô muito velho pra isso. Prefiro ficar em lugares confortáveis em Roma e fazer viagens em grupo.
Conhecer ilhas remotas e praias paradisíacas no Taiti, na Tanzânia ou no Caribe… ah, dá muito trabalho, muitos voos, muita logística. Minha idade passou, eu não sei se tenho energia pra isso.
Bom, essas poderiam ser minhas frases, e as suas também, daqui 5, 10 ou 20 anos (pode ser menos ou mais tempo, dependendo da pessoa).
Mas é isso que não quero pra mim. Não quero que a minha vida se torne um monte de arrependimentos, de sonhos perdidos ou postergados, e quando estiver mais velho, viver cheio de desculpas para não fazer algumas coisas.
Nós precisamos viver o agora, e não me refiro aqui ao famigerado e tão clichê “Carpe Diem”, que parece aquela coisa de viver o momento de forma irresponsável. Não é isso.
É sobre fazer as coisas que queremos (e podemos) agora, enquanto podemos planejar, organizar e realizar.
É sobre sonhar viajar para as Filipinas, planejar a viagem, organizar os gastos e simplesmente ir, em vez de ficar deixando para o ano que vem.
Ir para a Disney ou ficar em um resort confortável na Europa pode ser um sonho fácil de realizar em qualquer momento da vida, seja com 30 ou com 60 anos.
Mas encarar longas viagens, fazer trilhas, ir para lugares remotos e viver experiências mais exóticas pode ter um custo maior, que com a idade, acaba ficando mais difícil (ou até inviável).
Sabe o que mais tem um custo? O tempo.
O tempo cobra o seu tributo (como disse o autor Haruki Murakami, no livro “Do que eu falo quando eu falo de corrida", e cobra mesmo. E não tem volta.
E eu só prefiro não esperar essa cobrança no futuro, sem ter aproveitado o que ele me deu em troca. É por isso que viajo para onde viajo, faço o que faço.
O tempo passa e nossa disposição também, e o melhor é aproveitar essa disposição enquanto podemos.
Texto: Vinícius Marchetti
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